A introdução alimentar e o aleitamento  materno são pilares da alimentação da criança que terão  repercussão ao longo de toda a vida.  Uma alimentação saudável se  inicia com o aleitamento materno que, sozinho, já é capaz de nutrir a criança com tudo o que ela precisa nos primeiros seis meses de vida. A partir do sexto mês, devem ser introduzidos novos alimentos – como frutas e papas – , mas o peito deve ser continuado até dois anos ou mais se estiver sendo nutritivo para a criança. 

“O sexto mês de vida é o momento da introdução alimentar, isso porque é a partir desta idade que  o bebê consegue sentar-se, sustentar a cabeça e o tronco e perde o reflexo de esticar a língua para mamar, o que o levaria a empurrar a colher para fora da boca.  Além disso, ele passa a ser mais curioso e abre a boca mais facilmente para provar novas coisas”, explica a neonatologista Mayara Spera, integrante do  Grupo Berçar. 

Além da questão da maturação motora e cognitiva, é importante saber que:

  • Certas enzimas digestivas começam a ser mais eficazes no sexto mês;
  • As bactérias intestinais já estão instaladas e protegem o bebê de possíveis infecções;
  • Os rins começam a ser capazes de eliminar maiores quantidades de sódio;
  • As defesas (sistema imunológico) estão prontas para entrar em contato com novos nutrientes e proteínas, impedindo que o bebê desenvolva alergias alimentares.

Nem antes…

Introduzir novos alimentos antes do período de 4 a 6 meses pode ser perigoso devido a diminuição de ingesta do leite materno (alimento mais rico para o período), levando à deficiência de vitaminas e sais minerais e ao excesso de peso. É importante ressaltar a  imaturidade gastrointestinal e imune que podem levar ao desenvolvimento de quadros infecciosos e de alergia alimentar. 

nem depois

Oferecer alimentos muito tarde também é negativo, porque nesta fase de muitas mudanças a amamentação exclusiva precisa ser complementada com mais nutrientes. O bebê está crescendo! Portanto, a introdução alimentar tem o seu momento certo para acontecer. 

Introdução alimentar: passo a passo 

A seguir, apresentamos os 10 passos para que os pais ou responsáveis possam ajudar a criança no contato com as novas texturas e sabores durante a alimentação, segundo as informações do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da  Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP): 

  1. Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento;
  2. A partir dos seis meses, oferecer de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais;
  3. A partir dos seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, verduras, frutas e legumes) três vezes ao dia, se a criança receber leite materno e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada;
  4. A alimentação complementar deve ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança;
  5. A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher, começando com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentando essa consistência até chegar à alimentação da família;
  6. Oferecer à criança diferentes alimentos ao longo do dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida;
  7. Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições;
  8. Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas, nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação;
  9. Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequada;
  10. Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus preferidos, respeitando sua aceitação.
Open chat
Precisa de ajuda?
Oi, como podemos te ajudar?